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Flora Quinhones

A luta dos indígenas

Bolsonaro costuma dizer que os indígenas devem ser "integrados" à sociedade, discurso esse da ditadura civil-militar brasileira. Em uma de suas declarações racistas e etnocêntricas (crença de que uma cultura é superior às demais), o presidente afirmou que os povos originários são "pobres coitados" e que "nosso projeto para o índio é fazê-lo igual a nós". No entanto, a Constituição de 1988, reconheceu a organização social, os costumes, as línguas, as crenças e as tradições dos nativos, rompendo com a perspectiva integracionista adotada pelo Estado brasileiro até então.

Segundo o IBGE, há no Brasil 305 etnias indígenas, que falam ao menos 274 línguas, as quais parte se relaciona com o meio urbano e parte encontra-se isolada ou parcialmente isolada, sobretudo na região amazônica. Embora Bolsonaro, em tons de supremacia, incite a dominação das áreas indígenas para exploração da mineração e do agronegócio voraz, ali, moram famílias que contam com seus meios de subsistência e manutenção cultural. Seu modo de vida não é menos importante, pelo contrário, a relação dos nativos de respeito e preservação ao meio ambiente deveriam ser princípios observados por todos. Afinal, o Brasil não foi descoberto em 1500, ele foi colonizado por meio de violência e genocídio. Os povos originários já estavam aqui muito antes da chegada portuguesa.

Por outro lado, o que deve ser combatido é a exclusão que atinge aqueles que desejam viver nos centros urbanos. Uma das suas maiores reivindicações é exatamente o direito à educação, com respeito e qualidade, assim como oportunidade de trabalho. É dever do Estado garantir políticas públicas que deem condições de inclusão para os povos indígenas. Não basta só ensinar as crianças que o dia do índio existe, pintando seus rostos com desenhos dos nativos. É preciso ensinar toda uma sociedade sobre a importância dessas pinturas e, porque essas pessoas devem ter seu espaço garantido na sociedade. A luta dos indígenas por respeito a sua cultura e espaço de viver é legitima e necessária à preservação das raízes do Brasil.




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