- Flora Quinhones
Cinema árabe em Santa Maria
Atualizado: 10 de dez. de 2021
Uma chance de mostrar a sociedade as raizes árabes. Na noite desta sexta-feira, dia 10, ocorre em Santa Maria uma sessão de cinema árabe. O documentário “A Palestina Brasileira”, escrito e dirigido pelo brasileiro Omar Luiz de Barros Filho será exibido na CESMA - Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria às 20h.
O evento faz parte da programação de solidariedade aos povos palestinos e terá como convidados, a vice-diretora da Federação Árabe Balestina, Fátima Ali, o Deputado Estadual Luiz Fernando Mainardi e o vereador Ricardo Blattes. O diretor Omar Filho também estará presente e após a exibição do filme, a comunidade estará convidada a participar de um bate-papo com ele.

Sobre o filme
Marcado pela diversidade étnica e cultural, o Rio Grande do Sul abriga hoje milhares de imigrantes palestinos e seus descendentes. As comunidades nascidas da nakba - palavra árabe cujo significado é catástrofe ou desastre - buscam, na diáspora, a integração plena e uma nova cidadania no Brasil. Hoje, tratam de sobreviver, crescer e conquistar o reconhecimento por sua contribuição econômica, social e cultural. Mas quem são esses imigrantes e refugiados? Como vivem, preservam suas identidades e se relacionam com as sociedades locais? Como veem sua realidade presente e o seu futuro? Seus sonhos de paz foram realizados? Pretendem voltar à terra onde nasceram? Como percebem as atuais tempestades políticas na Palestina ocupada? Com cenas filmadas no sul do Brasil e no Oriente Médio, o documentário "A Palestina Brasileira" revela as raízes, o grau de integração, a sensação de pertencimento de seis famílias alcançadas pelos preconceitos, perseguições e guerras. Questiona sua atual condição, e mostra como homens, mulheres e jovens se situam frente aos seus direitos e aos valores éticos e religiosos de sua cultura tradicional. São narrativas do vivido, que resgatam lugares perdidos e histórias que ficaram para trás. São memórias compartilhadas, cartas, fotografias e recordações que revivem o passado e o quanto dele ainda resta no presente.
O documentário já foi convidado e selecionado em 25 festivais e mostras de cinema no país e no exterior. Também já foi legendado em espanhol, italiano, inglês e árabe, além do português, e a produtora do filme está buscando distribuição pelo Brasil e internacionalmente, pois, de acordo com o diretor, o filme dialoga com o mundo todo, já que os palestinos estão espalhados por diversas regiões do globo. “Há cinco milhões de palestinos em diáspora pelo mundo”, afirmou. Segundo estimativa da Embaixada da Palestina em Brasília, o Brasil acolhe em média 60 mil palestinos, sendo cerca de 30 mil só no Rio Grande do Sul.

Sobre o diretor
Este é o primeiro documentário de Barros. Seu primeiro filme foi um média-metragem de ficção de 1986 sobre a guerra em El Salvador, chamado ‘Adyos, General’. Além de cineasta, Barros é também jornalista, já trabalhou em zonas de conflito principalmente na América Central e tem livros publicados sobre o tema. Ele também trabalhou como editor e repórter dos extintos jornais Versus e Jornal da Tarde, respectivamente. Segundo o diretor, o próximo passo do projeto é transformar o filme em livro, ainda sem previsão de lançamento.