Comprometidos com o Meio Ambiente e com a mudança cultural da sociedade para um futuro mais sustentável, foi lançado, na manhã de desta sexta-feira (29), o Comitê pelo Meio Ambiente. O grupo congrega órgãos públicos, instituições de Ensino Superior e sociedade civil organizada para discutir ações e iniciativas práticas que promovam mudanças comportamentais da sociedade, tornando o tema ambiental prioritário e urgente para a comunidade santa-mariense. Criado por seis instituições e pela necessidade de trazer à tona a temática que permeia o dia a dia da população, e que por décadas tem sido deixado à margem da agenda municipal, o grupo é formado pelo Grupo Diário, prefeitura de Santa Maria, Câmara de Vereadores de Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Franciscana (UFN) e Instituto Federal Farroupilha (IFFar).
Nos próximos dias, semanas, meses e anos, o Comitê estará ativo para receber demandas, discutir ideias, propor mudanças e, mais que isso, colocar-se à disposição da sociedade para, de forma conjunta, implantar alternativas para uma Santa Maria mais comprometida com o meio ambiente. A partir deste entendimento, o Comitê tem o slogan “Compromisso permanente com o futuro”. LANÇAMENTO DO COMITÊ Para dar a largada no começo deste trabalho, ocorreu na manhã desta sexta-feira, dia 20, um evento de lançamento do comitê pelo meio ambiente com a presença de diversas representatividades do tema no município e região. Como atração principal, o comitê trouxe o palestrante Claudio Langone. O engenheiro químico e ambientalista veio de Brasília ao Coração do Rio Grande para falar sobre as experiências no país e mostrar como iniciativas como a do Comitê são fundamentais para mudar comportamentos e avançar em uma agenda ambiental mais forte e virtuosa. O objetivo do acontecimento foi conscientizar a comunidade da importância da pauta ambiental e mostrar que, com a união de esforços, é possível mudar culturas e comportamentos foram alguns assuntos abordados, nesta sexta-feira, pelo engenheiro químico e ambientalista Claudio Langone. Segundo ele, iniciativas como a do Comitê dão certo desde que haja uma agenda ambiental local forte e comprometida com a proposta. Mesmo que o assunto não seja exclusividade de Santa Maria, o ambientalista ressalta que é preciso tratar do tema como um todo, discutindo mudanças climáticas e por políticas públicas eficazes.
"O Brasil desembarcou da agenda global da mudança climática. E essa parece ser uma questão de corte ideológico mais não é, porque nós temos governos de orientação conservadora no mundo inteiro, totalmente imbuídos a ideia de trabalhar para combater os efeitos das mudanças climáticas e trabalhar nas políticas de adaptação. Então a posição do Brasil é de negacionismo em relação à questão da mudança climáticas e isso traz prejuízos muito significativos ao país no contexto da agenda global. Então independente do que nós vamos ter no futuro, o Brasil precisa reembarcar na agenda. Porque o Brasil hoje, é, do ponto de vista do arranjo global na questão ambiental, um pária. Está completamente isolado" afirma Langone.
Após a palestra, uma roda de perguntas foi aberta para o ambientalista. O vereador Ricardo Blattes, um dos idealizadores do comitê e representante da Câmara de Vereadores do projeto, contextualizou a importância de se formar um grupo de trabalho que irá unir poder público, universidades e comunidade. Sobretudo, a representatividade de ter o projeto atrelado a um órgão de comunicação, que irá garantir que a pauta esteja sempre em voga na cidade. Nesse sentido fez a seguinte pergunta:
Nós temos aqui, todos amigos do meio ambiente. Mas essas causas que muitas vezes, não saem do papel, além da desinformação como adversário, também tem outras causas como adversário, então é muito importante falar num momento como esse, quem são esses adversários e, porque muitas vezes, as iniciativas consertadas, acabam não saindo.
Langone explicou que os grandes adversários do meio ambiente no Brasil são setores e grupos econômicos que querem atuar a margem da lei. Porque esses setores não têm interesse em se legalizar porque a grande margem de lucros que eles têm, é justamente decorrente de não pagarem impostos. "O único jeito é ter um forte controle do estado para inibir e coibir esse tipo de atividade, mas Infelizmente os dados recentes da amazônia indicam que a gente tem uma apropriação muito preocupantes de áreas significativas. Do ponto de vista geral, o grande inimigo do meio ambiente é o nosso padrão de consumo. A gente tem que fazer um processo muito significativo como consumidores para nos levar a padrões mais civilizados de consumo," explica o ex-secretário de meio ambiente.
SOBRE O COMITÊ
O objetivo é apresentar a proposta e, também, buscar novas adesões para contribuir com a iniciativa. O grupo está aberto para que novos integrantes possam ingressar no projeto e trabalhar nas ações propostas.
O Comitê foi idealizado no final de junho deste ano, e fazem parte da construção deste projeto a diretora de Jornalismo do Diário, Fabiana Sparremberger; o procurador-geral do município, Guilherme Cortez; o vereador Ricardo Blattes, representante da Frente Parlamentar do Meio Ambiente do Legislativo municipal; o pró-reitor de Graduação da UFSM, Jerônimo Tybusch; a chefe de gabinete da Reitoria da UFN, Caroline Cechin; e a coordenadora de extensão tecnológica do IFFar, Ana Carla Gomes. Também integram o Comitê o engenheiro civil da Superintendência de Monitoramento e Fiscalização Saneamento do município, Ivan Nazaroff, e o editor de Meio Ambiente do Diário, Maurício Araujo. Eixos de trabalho sugeridos pelo Comitê
Coleta seletiva de resíduos
Logística reversa
Proteção de APPs
Educação Ambiental
Preservação de corpos hídricos
Mudanças climáticas
Sustentabilidade
Arborização
Substituição do plástico
Viveiro municipal
Esgoto
Energia Solar
Piso permeável
Todo o evento foi retransmitido pela Rádio CDN e a TV Diário. Confira:
Veja palestra aqui: https://fb.watch/ezPmlvD7FM/