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Flora Quinhones

Quem foi Nei D´Ogum?

Na sessão desta terça-feira (08), os parlamentares aprovaram o projeto que instituí o evento “Nei Day”, a ser comemorado no dia 15 de novembro e incluído no Calendário Oficial de Eventos do Município e dá outras providências. A proposição é de autoria do colega de bancada vereador Valdir Oliveira, o proponente do projeto relatou que essa matéria parece simples, mas traz reconhecimento a um grande ator social de Santa Maria. Disse que o Nei Day é um dia de reflexão e de construção de lutas. “Nei de Ogum ainda é uma das personalidades mais marcantes de Santa Maria: negro, gay, pobre e periférico”. Com o voto contrário da vereadora Roberta Leitão, a matéria foi aprovada.





Quem foi Nei D´Ogum?


Vilnes Gonçalves Flores Jr, popularmente conhecido como Nei D’Ogum estudou em escolas públicas de Santa Maria. Durante sua vida profissional, trabalhou como guia turístico, auxiliar na fabricação de picolés e sorvetes, vendedor no comércio, auxiliar de pedreiro, garçom, consultor político e produtor cultural, mas o que mais marca sua trajetória é o ativismo das causas intimamente ligadas ao que ele é: negro, membro da comunidade LGBT e morador de periferia.


Foi Coordenador do Núcleo de Ações Culturais e Educativas do Museu Treze de Maio por 8 anos, foi bailarino do Grupo de Dança Afro Agbara Dudu e foi coordenador do Colegiado de Culturas Populares da Secretaria Estadual de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, e também um dos fundadores do Coletivo ARÁ DUDU, de arte e cultura negra. Idealizou o Festival Municipal de Artes Negras – FESMAN, o Concurso Beleza do Ébano e aMuamba. Esteve à frente, por vários anos, da organização das Paradas Livres na cidade e fez parte da Coordenação Geral do Coletivo Voe.


Praticante de religião de matriz africana e agitador cultural, Nei pertenceu à Comunidade de Terreiro Ilê Axé Ossanha Agué e foi articulador da 1ª Conferência Municipal e Regional dos Povos de Terreiro.


Estudante de Artes Cênicas da UFSM, onde ingressou como cotista afro aos 40 anos de idade, era defensor da cultura popular, dos espaços públicos e das artes de rua urbana. Foi secretario-geral da Associação das Escolas de Samba de Santa Maria e vice-presidente da Escola de Samba Arco Iris alén de ser padrinho do CO-RAP, Coletivo de Resistência Artística Periférica.


Em 2014, recebeu o Prêmio Diversidade RS, na categoria Cultura Negra, em Porto Alegre.


Nei D’Ogum era morador do Loteamento Cipriano Rocha e companheiro, há mais de 20 anos, de Ricardo Souza, Babalossain De Agué, com quem dividiu uma linda trajetória de lutas e amor. Nei foi um dos fundadores da Associação Comunitária do Loteamento Cipriano Rocha, do qual também foi secretário-geral.


Filiado ao Partido dos Trabalhadores desde 1984, foi candidato a vereador nas últimas eleições municipais, sonhando em representar os setores há muito tempo excluídos. Foi o 27º candidato mais votado (de 214), obtendo 1487 votos, tornando-se o 6º candidato mais votado do PT.


Em 2016, Nei foi premiado com a Comenda Zumbi dos Palmares entregue pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e teve sua linda História e trajetória eternizada, também, no documentário “Pobre, Preto, Puto – PPP, exibido em rede nacional, pelo Canal Brasil, vencedor de diversas categorias do cinema e exibido nos mais diversos âmbitos local, regional, nacional e internacional.

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