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  • Flora Quinhones

4° seminário do Comitê pelo Meio Ambiente debate modelo de coleta seletiva de Novo Hamburgo

Na constante tentativa de implementar novos hábitos e promover um comportamento mais sustentável em Santa Maria, o Comitê pelo Meio Ambiente organiza periodicamente espaços de discussão sobre os temas ambientais. Reunindo todos os envolvidos no sistema, desde representantes de órgãos públicos e privados, recicladores e a sociedade civil, são apresentadas propostas, acertos e erros já enfrentados ao longo dos anos na cidade.

Voltados ao debate sobre a coleta seletiva, o evento desta sexta-feira recebeu Cristiane Hermann, diretora de limpeza urbana de Novo Hamburgo, para um bate-papo sobre o modelo de coleta seletiva implementado. Em sua apresentação, a diretora explicou a estrutura inicial, como foram feitos os contratos e como a cidade evoluiu durante os quase 15 anos de implementação.

Após a exposição, houve espaço para dúvidas dos convidados, em uma conversa construtiva para estruturação de um modelo de separação tão urgente para a comunidade de Santa Maria.




Uma experiência promissora

Antes de a coleta seletiva ser estruturada em Novo Hamburgo, os resíduos domiciliares eram enviados para uma central e descartados ao ar livre. Os catadores precisavam fazer a seleção direto na montanha de lixo, situação, por vezes, insalubre para os profissionais.

Apenas em 2009 a coleta seletiva deu os primeiros passos, através do Programa Cata Vida, que funcionou por 10 anos até se tornar uma política pública do município. Agora, quase 15 anos depois, a avaliação da diretora de limpeza urbana é que a cidade ainda falha na conscientização, pois falta o entendimento da comunidade de que o primeiro passo da coleta é feito dentro de casa, durante a separação dos resíduos.

– Quebrar uma coisa que vem acontecendo há anos, para implementar uma atividade nova, é muito difícil. Temos toda a problemática da educação ambiental e da conscientização das pessoas, de entenderem que a sacola da frente de casa não some em um passo de mágica, ela vai para um lugar, alguém vai abrir essa sacola e precisa separar esses materiais – relembra Cristiane.


O programa


O Programa Cata Vida, política pública de gerenciamento de resíduos desde o ano de 2019, tem contrato com as cooperativas por dispensa de licitação. Na atividade são 120 cooperados, na estrutura, três galpões de triagem e uma central com 72 catadores, além de dois galpões da coleta seletiva.

Com roteiros e horários, a cidade é dividida por setores e o recolhimento ocorre semanalmente, conforme demanda de cada local. No momento, apenas três bairros não são contemplados, porém, se os moradores realizarem a separação dos materiais no momento do descarte, o material será destinado para reciclagem assim que chegar na usina.

Em quantidade, a cidade gera entre 180 a 200 toneladas de resíduo por dia, sendo 60% apenas de lixo orgânico. São aproveitados, mensalmente, mais de 200 toneladas de recicláveis, e todo material é de responsabilidade dos catadores. Ao fim de cada mês, é entregue à prefeitura um relatório de todas as quantidades e valores retirados da triagem. Em contrapartida ao contrato, são realizadas ações de educação ambiental nas escolas, para divulgação do trabalho e conscientização de separação do lixo.

– A questão do gerenciamento dos resíduos é comum em todos os municípios, mudam as características da comunidade, mas o problema é o mesmo. A gente chegou no limite, ou a gente faz esse tema de casa ou a gente vai colapsar, já passou da hora, não há mais como enterrar lixo, temos que fazer o gerenciamento de forma eficiente – afirma Cristiane.


Catadores são formalizados

Interessados em fazer parte da cooperativa precisam se inscrever na secretaria de desenvolvimento social para serem são encaminhados para as cooperativas, que analisam as adesões. A prefeitura de Novo Hamburgo trabalha constantemente para conscientizar e auxiliar os catadores a juntarem-se às cooperativas e entrarem para o formato formal.

Mesmo assim, o número de pessoas que preferem viver na informalidade ainda é alto, e também existem campanhas para eles pelo programa “Tem lixo na casa do meu vizinho”, com chamamento para capacitá-los, ensinando quais materiais são úteis e como armazenar. Texto e fotos: divulgação Diário de Santa Maria


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